Cresce pressão sobre Aras para denunciar crimes de Bolsonaro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral apresentou na quarta-feira, 20, representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a denúncia do presidente Jair Bolsonaro por incitação de crimes contra o Estado Democrático de Direito no Brasil.
É mais uma ação que busca pressionar o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a tomar uma atitude frente ao evento oficial patrocinado pelo chefe do Executivo com representantes estrangeiros, no qual Bolsonaro fez uma série de acusações mentirosas, já desmentidas, sobre o processo eleitoral brasileiro.
Entre os signatários da petição, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Confederação Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), Coalizão Negra por Direitos, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Associação de Juristas pela Democracia (AJD).
Aras pressionado
Para a Coalização, o discurso de Bolsonaro no último 18 vem numa sequência de atos direcionados a perturbar as eleições e a aferição de seu resultado.
“Trata-se de uma escalada, em que Bolsonaro, a cada ato, vai subindo o tom do discurso e adotando condutas cada vez mais ousadas, ilícitas e ousadas.
É preciso que as instituições democráticas, em seu regular funcionamento, detenham-no em seus intuitos golpistas e violentos”, afirmam as entidades que subscrevem o documento.
O documento apresentado enumera discursos de Bolsonaro contra opositores ao longo de sua carreira política e durante a campanha de 2018. Afirma que elas buscam legitimar a prática de atos violentos e criminosos.
“A prática reiterada de discursos de incitação ao crime é particularmente preocupante em contexto eleitoral, período em que se espera das autoridades detentoras de cargos públicos maior cautela na utilização da palavra pública, devendo produzir mensagens de segurança e paz nas eleições”, diz a representação encaminhada à Aras.
Em maio, a Coalizão firmou compromisso com o TSE para defender o sistema eleitoral dos constantes ataques promovidos pelo presidente e setores do governo contra o processo eleitoral brasileiro, a Justiça Eleitoral, juízes e servidores.