Hospitais de Vacaria e Caxias do Sul recebem livro-reportagem sobre doação e transplantes de órgãos
Foto: Divulgação
Nesta quinta-feira, 11, a direção da Fundação Ecarta e do projeto Cultura Doadora visitou hospitais em Vacaria e Caxias do Sul para tratar de ações educativas para a doação de órgãos.
Nas atividades, foi entregue o livro-reportagem Corrida contra o tempo – O que compromete a doação de órgãos e a eficiência do sistema de transplantes no Brasil” (Carta Editora, 248 p.), lançado pela Fundação Ecarta.
A comitiva reuniu com a direção do Hospital Nossa Senhora da Oliveira (HNSO) pela manhã, em Vacaria, e à tarde, com o Pompéia Ecossistema de Saúde, em Caxias do Sul.
Somente morte encefálica permite doação de múltiplos órgãos
Ao abordar a estrutura da captação de órgãos nos hospitais, a publicação traz diversos cases do estado. Mostra, por exemplo, a recente instalação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) no hospital de Vacaria.
A existência da Cihdott é a condição para o credenciamento da instituição no Sistema Único de Saúde (SUS) para captar órgãos nos casos de morte encefálica (ME).
No sistema de transplantes brasileiro, somente os óbitos por Morte Encefálica permitem a captação de múltiplos órgãos após a autorização da família. A ME representa menos de 2% do total de óbitos e metade das famílias não autorizam a doação, o que representa um dos problemas abordados no livro.
Em Vacaria, a diretora-presidente do HNSO, Adelide Canci, recebeu o presidente da Fundação, Marcos Fuhr, a vice-presidente, Ivânia de Brito Costanzi, e a coordenadora do projeto Cultura Doadora, Glaci Borges.
Em Caxias do Sul a comitiva foi recepcionada pelo Diretor Assistencial do Pompéia, Nei Rosa, e pelo Técnico de Enfermagem em Banco de Olhos, Renan Zuccolotto da Silva.
No livro, há um capítulo especial sobre os bancos de córneas do estado. O transplante de córneas é o mais praticado entre todos os transplantes realizados no estado e atualmente cerca de 25 mil aguardam por uma cirurgia. A espera por córneas dobrou na pandemia.
“Estas visitas e a entrega da publicação são um reconhecimento aos esforços dos gestores em preparar profissionais e acentuar a captação órgãos e dialogar com familiares sobre a doação de órgãos para salvar muitas outras vidas”, registra Marcos Fuhr.
Ampliar doações e transplantes
Foto: Stela Pastore
A lista de espera por um órgão no país passa de 60 mil pessoas, sendo cerca de 2,5 mil no estado. O RS já liderou o ranking dos estados em doação, mas vem perdendo posições desde 2005.
Esse é mais um destaque da publicação editada pela Fundação Ecarta no âmbito do projeto Cultura Doadora, mantido há 11 anos para contribuir com a causa e articular melhorias no sistema público de transplantes, o maior do mundo.
“Nossa ação visa resultar em mais transplantes, formar profissionais de saúde nesta perspectiva, implantar Cihdotts nos hospitais e fazer com que o estado assegure financiamento, logística e infraestrutura para que esse processo culmine em vidas salvas”, pontua Fuhr.
O livro foi produzido por uma equipe de jornalistas liderados por Valéria Ochôa com reportagem de Flávio Ilha, Stela Pastore e Marcia Anita, e fotos de Igor Sperotto.