Contaminação dos alimentos causa doenças, mortes e perdas em produtividade
Foto: Alessia Pierdomenico/FAO/Divulgação
Nesta terça-feira, 7, Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que os alimentos impróprios para o consumo se transformaram em uma enorme ameaça à saúde pública em nível global.
Ao todo, segundo a organização, 600 milhões de pessoas são afetadas todos os anos por comida contaminada. Crianças com cinco anos ou menos representam 40% dos casos de intoxicação.
Com o tema “Comida mais Segura, Saúde Melhor”, as Nações Unidas têm o objetivo de ressaltar que “apenas quando os alimentos estão seguros para o consumo é possível obter todos os valores nutricionais que garantem uma boa saúde”.
Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais de 200 doenças causadas por bactérias, vírus ou parasitas que contaminam alimentos chegam a levar à morte 420 mil pacientes que se intoxicam após o consumo. Desses, 125 mil são menores de idade.
Dados da FAO apontam que, por ano, uma em cada 10 pessoas é afetada por uma infecção alimentar no mundo.
No Brasil, a maioria das doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias. Em especial, Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus.
Há também surtos de doenças transmitidas por alimentos que são causadas por vírus (rotavírus e norovírus) e, em menor proporção, por substâncias químicas – agrotóxicos inclusive.
Além das doenças de sintomas imediatos como diarréias, alimentos sob contaminação contribuem para deficits de crescimento e desenvolvimento, deficiências de micronutrientes e surgimento de doenças crônicas.
A agência da ONU ainda registra enfermidades relacionadas à contaminação de alimentos que chegam a comprometer a saúde mental.
Alimentos e economia
A contaminação nos alimentos também acaba refletindo na economia. Em países de rendas baixa ou média, perdas em produtividade chegam a US$ 95 bilhões por ano.
Para a FAO é fundamental que se busque segurança em todas as fases da cadeia alimentar.
Isso se dá especialmente porque as doenças alimentares são tóxicas ou infeciosas e praticamente invisíveis a olho nu.
Nesse contexto, a FAO frisa a “importância de garantir segurança em todos os estágios da cadeia de produção, desde o plantio até o preparo e o consumo”.
A agência da ONU evidencia que boas práticas de higiene ajudam a evitar infecções e intoxicações, um cuidado que cabe tanto aos setores agrícola e de produção alimentar como por parte dos consumidores.
A campanha do Dia Mundial da Segurança dos Alimentos foi criada por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 2018.