Equipe de transição vê “terra arrasada” por Bolsonaro
Foto: Ricardo Stuckert
Diplomado no último dia 12 ao lado do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin (PSB) vê um governo que sai como se estivesse na Idade da Pedra, sem registros de palavras ou números.
O vice-presidente eleito e coordenador dos trabalhos de transição que se encerraram formalmente nessa quarta-feira, 14, afirmou que nunca tinha visto nada parecido, desde que entrou na vida pública.
O político que mais tempo governou São Paulo desde a redemocratização do país fez essa referência com base nos relatórios entregues pelas mais variadas equipes de trabalho que fizeram o diagnóstico do Brasil para o governo que assume em 2023.
“A impressão que se tem é de que não havia gestão e tudo era decidido aleatoriamente”, resume o ex-governador paulista.
Apagão de dados arrasada
O caos é tanto que nem dá para saber exatamente sobre atos de corrupção “porque simplesmente não existe registro de nada”, aponta o líder da transição.
“Os dados dão a entender que o governo Bolsonaro aconteceu na Idade da Pedra, em que não havia palavras ou números. Há sistemas governamentais que não são abastecidos desde 2020 e ninguém tem explicação”, registra Alckmin.
Assim, conforme o vice-presidente eleito, as políticas públicas do Executivo precisarão ser recriada do zero. “Não temos como saber o que precisa ser feito com base nos indicadores, porque eles não existem”.
Mesmo acreditando que diante desse cenário poderá haver “muitos erros por conta da falta de dados”, Alckmin, que subirá a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente Lula entende que o desempenho do governo que sai foi tão caótico que qualquer trabalho “mais ou menos” será melhor. “Não é difícil superá-lo”.