Glenn Greenwald na mira das bombas de WhatsApp
Foto: Lia de Paula/Agência Senado
Como já estava na previsão de muita gente, tão logo o The Intercept divulgou as conversas por aplicativo entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol combinando estratégias para procedimentos da Operação Lava Jato em Curitiba, o que é vedado para a magistratura e o Ministério Público, uma série de ataques nas redes sociais e em correntes de WhatsApp começaram a ser desferidos contra o site de notícias investigativo e um dos seus principais fundadores, o jornalista americano Glenn Greenwald.
Considerado por alguns como uma versão à esquerda do site nacional O Antagonista, na realidade The Intercept é um projeto muito maior, pois tem atuação internacional e é focado em jornalismo investigativo, enquanto o veículo de direita brasileiro, apesar de ter um braço investigativo (a revista eletrônica Cruzoé) na realidade opera utilizando o farto material jornalístico produzido por outros jornais e revistas nacionais muitas vezes adicionando comentários ácidos, em especial contra o PT e outros partidos de esquerda.
Entre jornalistas, a má comparação entre o The Intercept e O Antagonista até gera comentários que dizem que, de fato, a diferença entre os dois é que enquanto um tem entre seus fundadores um Prêmio Pulitzer e o magnata proprietário do Ebay, o outro tem um colunista que saiu do Brasil após perder uma série de processos de difamação e calúnia e uma empresa no mínimo polêmica, que já chegou a ver um de seus fundadores presos nos Estados Unidos por crime financeiro, a Empiricus.
Um dos três fundadores do The Intercept, Glenn Greenwald, é o ganhador do Prêmio Pulitzer em questão. Também advogado constitucionalista, o jornalista é muito mais do que o marido do deputado do PSol, David Miranda, “amigo do gayzista Jean Wyllys”, como circula pelas redes.
Autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito, em 2014, Greenwald recebeu o Pulitzer, considerado o Nobel do jornalismo, pela série de matérias sobre o caso Edward Snowden onde, trabalhando no britânico The Guardian, revelou o extenso esquema de espionagem cibernética da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) mundo afora, com grampos nos mais variados líderes internacionaais, de Angela Merkel, chanceler alemã, à Dilma Rousseff, então presidente do Brasil, passando por empresas de infraestruturas estratégicas, entre elas a nossa Petrobras. O trabalho de Greenwald chegou às telas em na superprodução de Hollywood, Snowden.
Pelo mesmo trabalho, Greenwald ainda recebeu o Prêmio George Polk de Reportagens sobre Segurança Nacional, o Prêmio de Jornalismo Investigativo e de Jornalismo Fiscalizador da Gannett Foundation, o Prêmio de Pioneirismo da Electronic Frontier Foundation em Reportagens Investigativas e o brasileiro Prêmio Esso de Excelência, sendo o primeiro jornalista estrangeiro a receber a maior premiação da imprensa nacional.
Em 2013, também pelas reportagens sobre a NSA, a revista Foreign Policy, especializada em relações exteriores, indicou Greenwald como um dos 100 principais pensadores globais de 2013.
Porém, a premiada carreira de Glenn Greenwald começou em 2008, quando ao lado de Amy Goodman foi o primeiro ganhador do Prêmio de Jornalismo Independente Park Center I. F. Stone. Atuante pela causa dos direitos humanos, em 2010, o jornalista recebeu o Prêmio Online Journalism por suas denúncias sobre as condições degradantes de Chelsea Manning em detenção por ter vazado documentos secretos americanos para Julian Assange, origindo o o site WikiLeaks.