O primeiro sindicato de professores do RS completa 85 anos

Foto: Igor Sperotto

Foto: Igor Sperotto

Nesta sexta-feira, 19 de maio, o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) comemorou seus 85 anos em evento com convidados em sua sede estadual, em Porto Alegre.

Entre os presentes, representantes de entidades sindicais, funcionários, colaboradores, parceiros e autoridades.

A Secretária de Estado de Educação Raquel Teixeira, representando o Governo do Estado, saudou os 85 anos do Sindicato em sua fala.

“Em comum, temos o amor à educação, à democracia e às lutas por igualdade social e justiça. Como professores somos confiantes na nossa capacidade de transformação da sociedade pela educação. Parabéns ao Sindicato pelo trabalho que tem feito a promoção destes valores”.

O vereador de Porto Alegre Alex Fraga destacou que “a educação de qualidade passa pela valorização daqueles que estão na ponta atuando com os estudantes. Não basta apenas melhores condições salariais, mas isso precisa andar junto com a valorização da profissão. E, nisso, o Sinpro/RS está de parabéns, pois sua atuação neste sentido é irretocável”.

A presidente do Cpers-Sindicato sublinhou a parceria dos sindicatos e usou como exemplo algumas lutas em comum, entre elas a mobilização contra o Projeto de Lei do Homeschooling, que acabou sendo vetado pelo governador. “O Sinpro/RS é um sindicato que não olha só para o seu próprio umbigo, mas atua olhando a educação como um todo, seja pública ou privada”, completou.

O evento também contou com a apresentação musical do trio formado por Daniela Garcia, no trompete; Lívia Tabert, no cavaquinho e Cristina Dalla Betta, na percussão. Elas interpretaram temas de Chiquinha Gonzaga, Bonfiglio de Oliveira, Ary dos Santos e Raul de Barros, Pixinguinha e Adoniran Barbosa.

“Inauguramos nestes tempos de grandes adversidades (a década de 1990), a marca que nos identifica até hoje: o Sindicato Cidadão”, destacou o diretor Rodrigo Perla em seu discurso, após recuperar os principais momentos da trajetória da entidade.

E citou o Jornal Extra Classe, o Sinpro/RS Saúde, o Hotel Casa do Professor, o Prêmio Educação RS, a Revista Textual, a Fundação Ecarta como expressões objetivas deste conceito e do compromisso com os trabalhadores da categoria e conjunto da classe, mas também com os cidadãos que somos e devemos ser cada vez mai.

“Nos últimos 30 anos, somamos à identidade deste Sindicato nossa presença nas ruas, junto aos demais trabalhadores, nas lutas por salário, dignidade e, especialmente, por uma sociedade mais justa, menos desigual e mais democrática”, acrescentou.

Homenagens do Sindicato

O professor Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS, utilizou sua fala para apresentar o novo projeto do Sindicato. Trata-se da primeira edição do Sinpro/RS Destaque que pretende homenagear anualmente pessoas, instituições e entidades que se destacam em suas áreas e que possuem afinidade com as lutas da entidade em torno das questões ligadas à democracia, educação, cultura e cidadania.

Nesta primeira edição, foram destacados:

O professor Fernando Rodrigues Meyer, por sua longa trajetória na docência e na gestão escolar em prol de uma educação de qualidade e seu vínculo associativo com o Sinpro/RS por mais de 60 anos.

Foto: Igor Sperotto

O professor Fernando Rodrigues Meyer (ao centro), ao lado do filho, recebeu o Sinpro/RS Destaque por sua trajetória profissional das mãos da diretora do Sindicato Fernanda Surita Duarte

Foto: Igor Sperotto

O Ministério Público do Trabalho da 4 ª região (MPT4), por sua atuação em defesa da dignidade do trabalho e dos direitos dos trabalhadores, em especial ao combate ao trabalho análogo à escravidão.

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O procurador-geral Rafael Foresti Pego, do MPT 4, recebeu a homenagem das mãos do professor Flávio Henn, diretor do Sinpro/RS

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT), por sua ação ao longo dos últimos 40 anos na defesa dos trabalhadores e de uma sociedade mais justa, fraterna e democrática.

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A secretária-geral da CUT/RS Vitalina Gonçalves (esq.) recebeu a homenagem das mãos da professora Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS.

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O escritor Luis Fernando Verissimo, por sua expressiva contribuição à literatura e à cultura brasileira, bem como pela longa trajetória de colaboração com o jornal Extra Classe.

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Os cartunistas Edgar Vasques e Neltair Abreu (Santiago) receberam, das mãos do professor Cássio Bessa, diretor do Sinpro/RS, a homenagem em nome de Luis Fernando Verissimo

Foto: Igor Sperotto

Vídeo

Na confraternização, também foi apresentado o vídeo em homenagem ao Sindicato e aos professores, trazendo as diferentes conjunturas e contextos de ação do Sinpro/RS e suas diferentes frentes.

A peça foi criada pela D3 propaganda.

História do sindicato em oito décadas

Criado em 21 de maio de 1938, no auge da era Vargas e cinco anos antes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS) completa 85 anos neste mês de maio, com uma agenda de atividades em todo o estado.

Em Porto Alegre, na Assembleia Legislativa, o Sindicato será homenageado no Grande Expediente do dia 24 de maio e a o Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) fez um concerto especial no dia 13. No interior, sessões solenes/homenagens nas Câmaras de Vereadores e uma programação do projeto Ecarta Musical fazem parte da programação.

Os números que envolvem o Sinpro/RS nestes 85 anos evidenciam o seu tamanho e força de atuação. A entidade representa mais de 30,4 mil docentes, que atuam em 2.476 instituições de ensino privado em todo Rio Grande do Sul, da educação infantil até a educação superior. Deste total, o Sindicato tem como sócios 67,7% da categoria, fazendo com que figure entre uma das maiores bases de associados do país.

O Sindicato dos Professores, destaca Erlon, nos últimos 35 anos é presença nas ruas, junto aos demais trabalhadores, nas lutas por salário, dignidade e, especialmente, por uma sociedade mais justa, igualitária e democrática.

Primeira paralisação dos professores

Em 1985, houve o primeiro dia de paralisação da categoria em Porto Alegre e nas principais cidades do interior.

A iniciativa foi articulada pelo movimento oposicionista que crescia dentro do Sindicato e tensionava para que a entidade, que ainda mantinha um perfil assistencialista em sua gestão, se alinhasse aos anseios da categoria por melhorias salariais e direitos.

Em 1987, ocorreu a primeira greve geral dos professores, o que viria a acontecer novamente em 1989 e 1990.

O tripé Luta, Serviço e Cidadania

Na década de 90, o Sinpro/RS adotou o conceito Sindicato Cidadão, atuando sobre o tripé Luta, Serviço e Cidadania.

Foi nessa década que lançou o jornal Extra Classe (atualmente, com 44 prêmios de Jornalismo), o portal (www.sinprors.org.br) e o sistema de newsletter.

Também, firmou convênios com planos de saúde e odontológico e com empresas, garantindo preços especiais para os associados, e lançou o Prêmio Educação RS.

Nos anos 1990, filiou-se à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A cultura e a cidadania no projeto do Sindicato

Nos anos 2000, inaugurou o Hotel Casa do Professor, o qual se transformou em uma alternativa econômica de hospedagem subsidiada aos professores na capital gaúcha, lançou a Revista Textual e instituiu a Fundação Cultural e Assistencial Ecarta.

A Fundação Ecarta assume a frente de promover o acesso da população aos bens culturais por meio de projetos realizados em Porto Alegre e no interior do estado.

PANDEMIA – O Sindicato precisou se reinventar. Passou a realizar assembleias e reuniões de forma virtual, aumentando de maneira significativa a participação de professores de diferentes regiões. Ainda nesse período, a direção do Sindicato lutou ativamente pela manutenção dos empregos e renda da categoria, bem como seu direito à saúde. O Sinpro/RS lançou a campanha Professores Solidários, para auxiliar docentes que perderam seus empregos em função da crise sanitária e para comunidades vulneráveis.

Aniversário de 85 anos do Sindicato

Confira a programação completa em todo o estado a ocorrer e já realizadas