Quase um milhão votou a favor do piso da enfermagem
Foto: CUT-RS/Divulgação
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De acordo com monitoramento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) à consulta pública sobre o Projeto de Lei da Enfermagem no site do Senado Federal, dos 989.660 de internautas que acessaram o portal e-Cidadania, até a noite da última segunda-feira, 2, para responder sobre o PL, destes 958.038 votaram a favor da proposta.
O PL 2.564/2020 define carga horária máxima de 30 horas semanais e piso salarial em R$ 7.315 para enfermeiros e enfermeiras, R$ 5.120,50 para técnicos e técnicas e R$ 3.657,50 para auxiliares.
A proposta, de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), deve ser analisada pelo Plenário, assim que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), colocar na pauta.
Pacheco, assim como os donos de hospitais, gestores de entidades filantrópicas e prefeitos são contrários ao PL, alegando falta de recursos para aumentar os salários e contratar mais profissionais.
Contarato entende que não basta chamar profissionais de enfermagem de heróis, se referindo à luta da categoria que está na linha de frente do combate ao novo coronavírus desde março do ano passado. Muitos já morreram de Covid-19.
De acordo com o último levantamento do Conselho Federal de Enfermagem, de maio deste ano, desde o início da pandemia, 776 enfermeiros perderam a vida para a Covid-19.
Já a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) contradiz o discurso de falta de dinheiro. Segundo ela, há recursos orçamentários suficientes para cobrir os gastos com o piso salarial e a jornada.
O Brasil tem mais de dois milhões de trabalhadores no setor e a maioria atua nas Prefeituras como enfermeiros, auxiliares técnicos e parteiras. Do total, 89% são mulheres que têm dupla e tripla jornada, ou seja, mais de um emprego, além da jornada doméstica.
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