Mulheres Negras ocupam a internet neste sábado, 25
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Nem cárcere, nem tiro, nem Covid: corpos negros vivos! Mulheres negras e indígenas! Por nós, por todas nós, pelo bem viver!. Com este mote a Marcha de Mulheres Negras de São Paulo tomam as redes sociais neste sábado, 25, para destacar, mais uma vez, sua visão de mundo e suas reivindicações.
Esta é a quinta edição do movimento Julho das Pretas, que nos anos anteriores levou milhares de pessoas às ruas da capital paulista e em outras capitais do país. Em função da pandemia, a ocupação neste ano será na internet, com alguns intervenções nas ruas. Destaca-se, 25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e Dia Nacional de Teresa de Benguela.
“A Marcha resiste porque a luta não para. No Brasil, a pandemia escancarou as desigualdades econômicas, sociais e raciais. A crise sanitária mostrou que o racismo estrutural impõe à população negra a maior vulnerabilidade diante da covid-19“, destacam as organizadoras da Marcha. “É esta parcela da população que segue sem acesso aos direitos básicos de saúde, saneamento, educação e moradia, particularmente, mulheres negras, pobres e trabalhadoras informais”.
A programação
Os debates e demais atividades podem ser acessados nas páginas da Marcha no Facebook, Instagram e Youtube:
14h – live de abertura conduzida por ialorixás, saudando a ancestralidade.
15h – exibida da programação infantil – as crianças vão assistir a contação de histórias, oficinas de bonecas abayomi, oficinas de confecção de instrumentos africanos e indígenas, e apresentação da palhaça Pururuca.
16h – o bloco afro Ilú Obá de Min promove uma aula-espetáculo apresentando toques de ritmos afrodiaspóricos usados em sua bateria.
17h30 – live Marcha das Mulheres Negras 5 anos: perspectivas de futuro pós-covid, produzida em parceria com o Sesc Itaquera, que vai relembrar a histórica marcha de 2015, na qual 50 mil mulheres negras se manifestaram em Brasília; analisar a conjuntura social e política, além de pontuar os anseios para o pós-pandemia.
19h – poetas negras cis e trans promovem um sarau literário e uma femenagem póstuma a Tula Pilar e Helena Nogueira.
20h – live Genocídio, Feminicídio, encarceramento e outras formas de nos matar, que vai debater os temas presentes no mote deste ano.
21h30 – E Luana Hansen e Samba Negras em Marcha encerram a programação, a partir das 21h30.
Nas ruas
Além da programação virtual, mulheres negras farão intervenções de rua pela manhã com faixas nas cinco regiões da cidade de São Paulo e em Santos, no litoral paulista. À noite, prédios receberão projeções com palavras de ordem e imagens históricas relacionadas ao combate ao racismo, ao machismo e a lesbotransfobia.
“Erguemos nossas vozes contra o encarceramento em massa, o capacitismo, a lesbofobia, a transfobia, a intolerância religiosa, a xenofobia, o etarismo e em defesa de todas as Mulheres Negras, onde quer que elas estejam. Resgatamos nossa aliança de parentesco com as indígenas e marchamos pela construção de um novo marco civilizatório, no qual todas as mulheres negras possam viver com dignidade, alegria e prazer”, ressalta trecho do manifesto lançado pelo coletivo.