Direitos Humanos da OEA quer punição por omissões do governo Bolsonaro com o povo Yanomami
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
As violações dos direitos humanos que geraram a crise humanitária vivenciada pelos Yanomami em Rondônia ocorreram “nos últimos dois anos”.
Essa afirmação foi feita em comunicado da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e seu escritório no Brasil, a Relatoria Especial sobre Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Redesca).
No documento emitido na quarta-feira, 8, a CIDH cobra providências do Estado ao criticar a omissão de autoridades do governo Jair Bolsonaro (PL) que ignoraram a “situação de violência” enfrentada pelos indígenas.
Omissões
Segundo a nota das organizações, foram denúncias em série e solicitações de proteção aos Yanomamis enviadas as autoridades do governo anterior “que ignoraram a situação de violência, ataques e assassinatos contra os integrantes dessa população”.
A CIDH e a Redesca ainda ressaltam a necessária garantia dos Yanomamis ao acesso à Justiça e à reparação após investigação dos crimes cometidos, “seja por ação ou omissão de agentes do Estado ou de indivíduos”.
Os organismos lembram que o Brasil integra diversos tratados “interamericanos e internacionais de direitos humanos que estabelecem suas obrigações em matéria de proteção e garantia da vida; da integridade física e mental; contra a violência e o genocídio; bem como o gozo do mais alto nível possível de saúde física, mental e espiritual dos povos indígenas”.
No último ano do mandato de Bolsonaro, a Funai recebeu em média cinco alertas por mês sobre gravidade da situação na reserva invadida sob o estímulo do ex-presidente.
Além de associações indígenas, organizações como as Nações Unidas (ONU) e o Ministério Público Federal (MPF) também fizeram sérias denúncias.
Casos como estupros, disseminação de doenças e desnutrição aguda eram recorrentes nos 36 acionamentos da Funai que foram feitos entre os meses de abril e novembro. omissões, omissões