Federação de gestores denuncia CEF por assédio moral
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Em meio à série de denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Pedro Guimarães, a instituição bancária começa a responder agora também por assédio moral a seus gestores.
A Federação Nacional das Associações de Gestores da Caixa (Fenag) entrou com ação coletiva na justiça.
Na denúncia, a federação registra que desde 2019 enviou mais de nove ofícios, reportando situações de intimidação e assédio contra servidores em cargos de gestão. De acordo com a entidade, os documentos foram enviados à direção da CEF, que não tomou qualquer providência.
O processo tramita no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília.
Segundo a Fenag, os ofícios que pediam medidas urgentes para solucionar o “lamentável quadro de assédio moral institucional” chegaram à vice-presidência de rede de varejo da Caixa.
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Logo após a queda de Guimarães da presidência, a vice-presidente de rede, Camila Aichinger foi destituída do cargo.
Na manhã desta quarta-feira, 20, o diretor de Controles Internos e Integridade da CEF, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na sede do banco, em Brasília. A área que Batista comandava era para onde são encaminhadas todas as denúncias recebidas pelo canal de atendimento criado pela CEF.
Assédio, ameaças e sofrimento mental
Na gestão de Guimarães ainda, segundo a Fenag, havia a orientação para que os gestores da Caixa deletassem postagens em suas redes sociais com posicionamentos políticos – em especial as que faziam críticas ao governo Bolsonaro – para que não houvesse retaliações.
Também era desestimulado o uso de vestimentas e acessórios pessoais com coloração vermelha.
Na ação, ainda são relatados casos que envolveram imposição de metas de produtividade excessivas e punições indevidas para servir de exemplo de gestão.
Isto, segundo a Federação, contribuiu para o surgimento ou agravamento de transtornos mentais como ansiedade e síndrome de burnout nos gestores.
Em um exemplo citado na ação, uma gestora da CEF em Teresina, Piauí, informou que teve 30 minutos para acatar uma convocação e assumir uma agência localizada no Ceará, distante 500 quilômetros de sua residência. Outra servidora relatou que foi ameaçada de perder a função e ser transferida após recusar investidas de cunho sexual no ambiente de trabalho.