Negociações coletivas ainda sem consenso
Foto: César Fraga
As negociações coletivas do Sindicato dos Professores (Sinpro/RS) com o Sindicato das Mantenedoras das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Sindiman/RS) e com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado (Sinepe/RS) para as Convenções Coletivas da educação básica e superior 2022 entram no terceiro mês sem proposta para acordo e marcadas por intenso debate.
De um lado, o sindicato dos professores reivindicando a reposição da inflação e melhorias nas condições de trabalho; de outro, os representantes patronais insistindo na reposição parcial da inflação e na flexibilização dos direitos dos professores.
COMUNITÁRIAS – As negociações com o Sindiman/RS devem resultar em duas Convenções Coletivas de Trabalho, uma da educação superior e outra da educação básica.
“A tônica dos discursos dos representantes das instituições comunitárias tem sido a falta de alunos, responsabilizando, inclusive, os próprios professores por isso. Um absurdo”, expõe Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS que integra a comissão de negociação da educação superior. “Também, propuseram a revogação dos adicionais de aprimoramento acadêmico e por tempo de serviço, a redução das bolsas para os dependentes. ”
Nas negociações com o Sindiman/RS para a Convenção Coletiva de Trabalho da educação básica, a situação não é diferente, afirma a professora Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS que integra a comissão deste nível de ensino. “Não querem sequer repor a inflação.”
SINEPE/RS – As negociações com o Sinepe/RS também devem resultar na renovação das Convenções Coletivas de Trabalho da educação básica e da educação superior. Na mesa de negociação da educação básica, o Sinepe/RS já acenou com a reposição do INPC aos salários (10,8%), segundo Farias, porém, de forma parcelada. “As escolas já anteciparam 5% no salário de março”, destaca. “A proposta apresentada pela patronal foi de integralização dos 10,8%, referente ao INPC do período, em setembro, o que não foi aceito pelos representantes dos professores. ”
A proposta do Sinepe para a educação superior, até o momento, é de reposição de 60% do INPC.