EDUCAÇÃO

Brasil tem aumento de 66,3% de não alfabetizados com 6 e 7 anos de idade

Durante a pandemia, aumentou em 1 milhão o total de crianças em idade escolar que não sabem ler e escrever. Impacto é maior entre crianças negras e pobres
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 8 de fevereiro de 2022

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Impactos são maiores para crianças negras e pobres já excluídas desde antes da pandemia por abandono das políticas públicas de educação

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Durante a pandemia, a quantidade de crianças brasileiras que não sabem ler e escrever aumentou 66,3%. A constatação foi divulgada nesta terça-feira, 8, em uma nota técnica da Todos Pela Educação. O trabalho leva em conta a faixa etária entre 6 e 7 anos de idade.

Chamada de Impactos da pandemia na alfabetização de crianças, a nota técnica da ONG avalia o período de 2019 a 2021 com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No total, 2,4 milhões de crianças de 6 e 7 anos de idade não estão alfabetizadas. O número representa 40,8% do conjunto dessa faixa etária no Brasil.

Infográfico: Todos pela educação

Infográfico: Todos pela educação

Em comunicado divulgado à imprensa, o líder de políticas educacionais da Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, destaca que as consequências serão de longo prazo. “Os efeitos são graves e profundos. Então não serão superados com ações pontuais. As secretarias de Educação precisam oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios”, alerta.

Para a Todos Pela Educação “a situação é preocupante em diversas dimensões”. O aumento significativo de crianças não alfabetizadas no país tem impacto mais grave entre alunos negros e pobres.

De acordo com a nota técnica da entidade, as informações coletadas no IBGE “corroboram o que têm mostrado as avaliações de aprendizagem que estados e municípios vêm aplicando em seus estudantes”. Além disso, o comunicado sinaliza a urgência de políticas públicas para a educação. “As ações presentes e futuras do Poder Público – nas esferas municipais, estaduais e federal – são fundamentais para a mitigação de tantos efeitos negativos”.

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