Por incitação ao ódio, presidente da AMPD faz denúncia na Delegacia da Intolerância
Foto: AMPD/Divulgação
No meio da tarde desta terça-feira, 2, a presidente da Associação de Mães e Pais pela Democracia, Aline Kerber, registrou um boletim de ocorrência contra 30 pessoas na Delegacia da Intolerância, em Porto Alegre. Entre os denunciados estão três jornalistas/comunicadores e dirigentes de uma escola privada do município de Farroupilha e uma vereadora de Porto Alegre.
De acordo com Aline, tanto ela como a entidade e outra diretora da AMPD foram vítimas de ataques, ameaças, ofensas, discurso de ódio e incitação ao ódio nas nas redes sociais, assim como nas rádios Guaíba e Pampa. Ao formalizar a denúncia, a presidente AMPD entregou à delegada um dossiê com 324 páginas com prints dos ataques e ameaças publicados em mais de 250 perfis, por conta do pedido de suspensão das aulas no RS em virtude da bandeira preta, acatado pela Justiça no último final de semana.
“Eu passei a ser ofendida e difamada por uma verdadeira rede de ódio, sobretudo com ofensas à minha honra, envolvendo minha família, até mesmo meu filho de um ano e meio, que vale lembrar também é protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, por ser menor de idade. Esses ataques de ódio e linchamento moral se deram nas redes sociais, organizados por uma escola e foram estimulados por jornalistas das rádios Pampa e Guaiba, espalhando fake news sobre a suspensão das aulas e sobre idoneidade da entidade. Alguns dos mnomoes indicados serão responsabilizados criminalmente”, relata Aline Kerber.
“Meu número de telefone foi divulgado e disseminado para inúmeras pessoas e recebi uma avalanche de telefonemas com ameaças e xingamentos de todos tipo. A gente se sente ameaçada e invadida”, desabafa.
Suspensão das aulas
No último domingo, 28, a juíza Rada Maria Metzger Kepes Zaman, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, deferiu o pedido de antecipação de tutela em ação civil pública ajuizada pela Associação Mães e Pais pela Democracia (AMPD) e Cpers/Sindicato, e determinou a suspensão das aulas presenciais dos setores público e privado em todo o estado. O Sinpro/RS, que também ajuizou ação pleiteando o cancelamento das aulas presenciais devido ao agravamento da pandemia, foi incluído no processo como assistente litisconsorcial.
A decisão suspendeu as atividades presenciais em todas as escolas e instituições de ensino enquanto estiver vigente a decretação de bandeira preta do Sistema de Distanciamento Controlado do governo do estado, independentemente de eventual flexibilização de protocolos. O Governo do Estado recorreu da decisão na última segunda-feira.
PORTO ALEGRE – A magistrada, que em uma ação ajuizada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), decidiu também pela suspensão das aulas nas escolas municipais da capital, citou a superlotação dos hospitais e a contradição de, neste momento, permitir-se a abertura das escolas.