CULTURA

Duas tragédias que abalaram a capital gaúcha no passado

O escritor Rafael Guimaraens e o ilustrador Edgar Vasques lançam ‘O Incendiário’ e ‘Tragédia da Rua da Praia’ na Feira do Livro de Porto Alegre
Da Redação / Publicado em 8 de novembro de 2022

Foto: Acervo Folha da Tarde/ Reprodução

No livro ‘O Incendiário’, Guimaraens recupera a história dos incêndios que abalaram Porto Alegre e destruíram o Tribunal de Justiça (foto), prédio gêmeo do Theatro São Pedro, em novembro de 1949, e a Repartição Central de Polícia, em janeiro de 1950

Foto: Acervo Folha da Tarde/ Reprodução

O escritor e jornalista Rafael Guimaraens lança nesta quarta-feira, 9, na 68ª Feira do Livro de Porto Alegre duas obras que resgatam histórias reais que abalaram a capital gaúcha na primeira metade do século 20.

Os dois livros saem pela editora Libretos para celebrar também os 250 anos da capital gaúcha. O Incendiário (292 p.) e a segunda edição de Tragédia da Rua da Praia em quadrinhos (60 p.) são ilustrados pelo artista gráfico e chargista Edgar Vasques.

O lançamento em dose dupla será às 17h30min no Auditório Barbosa Lessa – Força e Luz e sessão de autógrafos às 19h na Praça da Alfândega.

Foto: Reprodução

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Em O Incendiário, Guimaraens recupera a história dos incêndios que destruíram o Tribunal de Justiça, prédio gêmeo do Theatro São Pedro, em novembro de 1949, e a Repartição Central de Polícia, em janeiro de 1950.

Entre os milhares de processos e inquéritos incinerados encontravam-se escândalos financeiros e um rumoroso caso no qual 53 policiais eram acusados de promover uma rapinagem nas residências de súditos alemães durante a Segunda Guerra.

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Trecho de O Incendiário com ilustrações de Edgar Vasques

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Acossada pelas desconfianças da sociedade, a polícia apresentou o suposto incendiário, um falsário espanhol chamado Manoel Gonzales Aragón – vulgo Major Aragón, pois se vestia de oficial do Exército para aplicar alguns golpes.

No entanto, quando ocorreram os incêndios o rocambolesco personagem encontrava-se preso em São Leopoldo.

Resultado de uma ampla pesquisa, o livro conta a inusitada trajetória de Aragón, sua carreira criminosa em várias cidades do país, e se detém nas controversas investigações sobre escândalos financeiros e corrupção policial que ocupavam as manchetes dos jornais à época dos incêndios.

Policiais, ladrões, jornalistas e autoridades giram em um redemoinho, no qual o pitoresco e o trágico convivem em uma narrativa repleta de surpresas até o desfecho imprevisível.

Ilustrado com fotos dos locais e personagens retratados, com um dos trechos principais narrado em forma de HQ, com o traço de Edgar Vasques, a obra teve financiamento do FAC Publicações, do Sistema Pró-Cultura RS, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Fuga enlouquecida na belle époque porto-alegrense Porto Alegre 

Tragédia da Rua da Praia em quadrinhos relata uma história real ocorrida em Porto Alegre, em setembro de 1911.

Quatro misteriosos estrangeiros assaltam uma casa de câmbio na Rua da Praia e se envolvem em uma fuga enlouquecida pelo Centro de Porto Alegre, a pé, de carruagem, de bonde e até a bordo de uma carrocinha de leiteiro.

O episódio abala profundamente o cotidiano da cidade, suscitando pânico na população, disputas políticas e guerra de versões entre os jornais.

Foto: Reprodução

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Enquanto os ladrões são perseguidos, dois empresários produzem um filme que irá estrear dez dias após o assalto em quatro sessões diárias no Cine-Theatro Coliseu.

Lançado em 2005, o livro Tragédia da Rua da Praia venceu o prêmio “O Sul, Nacional e os livros”, escolhido pela Câmara Rio-grandense do Livro como melhor narrativa longa.

Em 2011, cem anos depois, a história recebeu uma versão em quadrinhos, com desenhos do premiado ilustrador Edgar Vasques, que imprimem o ritmo frenético dos acontecimentos e retratam a belle époque porto-alegrense do início do século 20. E ganha, agora, uma segunda edição com nova capa.

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