Sobe para 27 total de mortos por passagem de ciclone no Rio Grande do Sul
Foto: Marcelo Caumo/ Instagram
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu nesta quarta-feira 6, alerta para inundação do rio Jacuí e do Delta do Jacuí, que apresentara rápida elevação no volume de águas nas últimas horas.
Mais seis mortes em consequência das cheias provocadas por chuvas intensas devido à passagem de um ciclone extratropical sobre o estado foram comunicadas nesta manhã pela Defesa Civil.
Com esses óbitos, registrados em Roca Sales, na Região dos Vales, sobe para 27 o número de vítimas fatais no RS.
Em Muçum, na região Central, 15 corpos foram encontrados em uma casa pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Outras seis mortes foram registradas em Mato Castelhano, Passo Fundo, Ibiraiaras e Estrela.
Durante a tentativa de resgate de Maria Conceição Alves do Rosário, na terça, por um helicóptero da Brigada Militar, em Lajeado, no Vale do Taquari, um cabo se rompeu e a vítima e o policial socorrista caíram de uma altura de 20 metros. A mulher não resistiu aos ferimentos e morreu. O policial está hospitalizado em estado grave.
Em entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que recebeu a informação sobre mortes com “imensa dor” e que a passagem do ciclone já superou o número de mortes em evento climático extremo no estado.
No oeste de Santa Catarina, um homem morreu na segunda-feira, após o carro em que ele estava ser atingido pela queda de uma árvore derrubada durante uma ventania de 110 quilômetros por hora, em Jupiá.
Danos
Os dois estados registram também inúmeros estragos provocados pelas tempestades. Em Santa Catarina, a Defesa Civil confirmou a ocorrência de um tornado no município de Santa Cecília, na comunidade de Anta Morta.
No RS o Rio Taquari inundou as cidades de Muçum, Roca Sales, Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Encantado e Colinas.
Além do Jacuí, que se aproxima dos níveis de cheias em São Sebastião do Caí e Montenegro, o rio Taquari permanece acima da cota de inundação nas estações Muçum, Encantado e Estrela. No Caí também há risco de deslizamentos de terra. Em quase todos esses municípios, famílias estão sendo retiradas de suas casas de forma preventiva.
O estado registrou também queda de granizo, ventos fortes e tempestades, com os chamados transtornos associados ao ciclone – como enxurradas e inundações.
Os estragos ocorreram, principalmente, na região dos Vales, no Norte e na Serra Gaúcha. Em alguns municípios, há pontes submersas ou interditadas. As enxurradas provocaram também a ruptura da ponte que liga Farroupilha a Nova Roma, com a queda de uma das cabeceiras.
No balanço mais recente, a Defesa Civil gaúcha registrou 62 municípios afetados pelas consequências do ciclone extratropical dos últimos dias e estimou em 25.734 o número de pessoas afetadas em todo o estado.
No momento, o número de desalojados caiu de 2.649 para 215. A Defesa Civil contabilizou também 309 casas destelhadas e três destruídas.
Solidariedade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta manhã que o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e um representante da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil estão em deslocamento para o Rio Grande do Sul para “ajudar no que for necessário”.
Em rede social, o governador do RS lembrou que esse foi o quarto evento climático severo que atinge o estado desde junho.
“Os esforços estão concentrados em salvar vidas, no resgate e na proteção das pessoas. Desde as 7h da manhã, assim que houve condições de voo, os helicópteros do governo do Estado se mobilizaram para fazer os resgates nas comunidades mais afetadas, especialmente na região do Vale do Taquari”, destacou Leite.
O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, relatou que o município tem diversos pontos sem internet, sem luz, nem serviços de telefonia e que moradores estão ilhados. Ele descreveu a situação como “delicada” e “uma das piores vividas pelos moradores, após o Rio Taquari subir 17 metros, somados aos 13 metros de profundidade habituais”.