Amazônia: municípios que mais desmataram têm pior qualidade de vida
Foto: Bruno Kelly/Greenpeace
Municípios que mais desmataram a floresta Amazônica nos últimos três anos foram os mesmos que tiveram os piores desempenhos no Índice de Progresso Social 2023 (IPS).
O IPS Amazon 2023 que analisa 47 indicadores de qualidade de vida de áreas como educação, saúde, segurança e moradia ao redor do mundo deixa claro que a ampliação do desmate não gerou desenvolvimento na Amazônia.
“Pelo contrário, deixou os 27 milhões de habitantes da região sob condições sociais precárias”, afirma o coordenador do IPS no Brasil, Beto Veríssimo.
Um dos fundadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Verissimo explica que as curvas de crescimento econômico e desmatamento estão dissociadas.
“No período de maior queda na taxa de derrubada, entre 2004 e 2012, a economia da Amazônia cresceu. E o contrário ocorreu nos últimos anos, de 2017 a 2022, quando a destruição aumentou e a economia esteve em baixa”, compara.
Segundo o IPS da região Amazônica, os 89 municípios que tiveram as piores avaliações, com uma escala inferior a 50,12 pontos, derrubaram uma média de 86 km² entre 2020 e 2022.
Foi quase quatro vezes a mais do que os 29 melhores pontuados no mesmo período, com um desmatamento médio de 20 km².
Responsável pela produção do IPS no Brasil, o Imazon informa que o impacto do desmatamento na Amazônia contribui muito pouco com o desenvolvimento da região e penaliza o país como um todo. vida
Em 2020, por exemplo, a Amazônia gerou cerca de 52% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, enquanto contribuiu somente com 9% no PIB.
O IPS foi criado em 2013 pela Social Progress Imperative, organização com sede nos Estados Unidos, para analisar as condições sociais e ambientais de qualquer território – países, estados, municípios e comunidades.