Crédito cooperativado cresce mais do que o de bancos tradicionais
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Alternativas aos grandes bancos privados e públicos, as cooperativas de crédito se destacaram por mais um ano e cresceram mais do que o restante do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2022.
Enquanto a média geral do setor ficou na casa dos 14% no período, o Relatório Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) do Banco Central (BC) registra crescimento de 22,4% em empréstimos e financiamentos realizados pelo cooperativismo de crédito brasileiro.
Segundo o documento divulgado na sexta-feira, 8, o sistema de crédito cooperativado que é organizado basicamente em cinco grandes operadores (Sicredi, Sicoob, Unicred, Cecred e Cresol) somou R$ 383 bilhões em suas carteiras.
O documento enfatiza que nas cooperativas, o crédito rural a pessoas físicas e o capital de giro para micro, pequenas e médias empresas continuam sendo as principais modalidades das carteiras Pessoa Física, com 44,4% e Pessoa Jurídica, com 50,1%.
Dias antes, em sua sabatina no Senado para integrar a direção do BC, Ailton Aquino dos Santos destacou a importância do SNCC.
“Acredito que o cooperativismo de crédito desempenha um papel relevante no desenvolvimento socioeconômico, com impactos especialmente significativos em nível regional. Deixo aqui meu compromisso de trabalharmos juntos para o crescimento do segmento”, disse ele que foi indicado como diretor de Fiscalização do BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que foi aprovado no último dia 4 ao lado do economista Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária.
Não é para menos. De acordo com o BC, ao findar 2022 as cooperativas de crédito estavam em 55,3% das cidades brasileiras. “O número de cooperados (ao mesmo tempo donos e clientes das cooperativas de crédito) chegou a 15,6 milhões entre pessoas físicas e jurídicas”, informou a autoridade monetária.
Com um total de ativos que alcançou R$ 590 bilhões no ano passado, um crescimento de 28,6% em relação a 2021, o cooperativismo de crédito “se encontra apto para ampliar sua participação no cenário” do sistema financeiro nacional, “contribuindo cada vez mais para o aprimoramento da concorrência e eficiência”, disse o relatório do BC.
Em linha ao dito por Santos, o documento evidencia que as cooperativas de crédito são essenciais “na promoção da inclusão financeira de parcela significativa da população brasileira, notadamente nas áreas mais remotas, e para as empresas de menor porte, atendendo às necessidades creditícias dos seus cooperados pessoas físicas e jurídicas”.