Servidores da Capes pedem renúncia coletiva
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Servidores ligados à diretoria de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realizaram nesta segunda-feira, 29, renúncia coletiva. Até o momento, 52 pesquisadores da área de Matemática, Probabilidade e Estatística solicitaram exoneração após o envio de um ofício explicando suas motivações à presidência do órgão que é subordinado ao Ministério da Educação (MEC).
Segundo o documento, os profissionais não identificam respeito à padrões acadêmicos de avaliação – citam mudanças de parâmetros sem consulta prévia – e a instituição não tomou até agora uma ação para o retorno da avaliação de cursos de pós-graduação no país, suspensa pela justiça em 23 de setembro passado.
“Assim como diversos colegas, acreditamos que a Capes não tem se esmerado na defesa da sua forma de avaliação. Isto ficou patente nas várias manifestações da presidência e contrasta fortemente com os posicionamentos favoráveis à retomada da avaliação vindos de diversas entidades”, registram os servidores. Eles participaram da elaboração de regras para orientar os programas de pós-graduação e chegaram a montar uma equipe para a avaliação periódica dos programas oferecidos pelas universidades.
Em setembro, a Justiça Federal do Rio de Janeiro decretou em liminar a suspenção imediata da avaliação dos programas de pós-graduação em andamento no país, cerca de 5.5000. A Capes tinha em curso, então, a Avaliação Quadrienal 2021.
A fila de avaliação deve aumentar porque, em meio a determinação judicial, o MEC lançou edital para abertura de novos cursos.
Em menos de um mês é a segunda debandada de órgão de ponta responsáveis pela avaliação da qualidade do ensino no Brasil. No dia 8 de novembro, faltando menos de duas semanas para o início do Enem, 29 coordenadores do Inep pediram exoneração e denunciaram má gestão no instituto.