CULTURA

Jeferson Tenório é o patrono da 66ª Feira do Livro

Escritor e professor de Literatura nascido no Rio de Janeiro e radicado no RS estreou em 2013 com o romance “O beijo na parede”
Por Gilson Camargo / Publicado em 29 de setembro de 2020
Tenório destacou a importância da educação na formação de leitores

Foto: Divulgação

Tenório destacou a importância da educação na formação de leitores

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O escritor e professor Jeferson Tenório, 43 anos, foi anunciado em coletiva virtual realizada na tarde desta terça-feira, 29, pela comissão organizadora 66ª Feira do Livro de Porto Alegre como patrono desta edição do evento, sucedendo a escritora Marô Barbieri. Devido ao isolamento pela pandemia de Covid-19, a feira tradicionalmente realizada na Praça da Alfândega neste ano terá todas as suas atividades realizadas de 30 de outubro a 15 de novembro de forma gratuita e com transmissão on-line sob o slogan “Janelas abertas para a Praça”.

Natural do Rio de Janeiro e radicado no estado desde os 13 anos, Tenório é graduado em Letras pela Ufrgs, tendo ingressado na primeira turma do programa de cotas raciais e obteve título de mestre em literaturas luso-africanas, com uma dissertação sobre o moçambicano Mia Couto. Atualmente, é doutorando em teoria literária pela Escola de Humanidades da PUCRS e professor de português e literatura na rede pública e no colégio Dom Bosco de Porto Alegre.

REPRESENTAÇÃO – Segundo ele, foi escolhido para ser o patrono da Feira em virtude do seu trabalho com a literatura, por ser professor, por ajudar a formar leitores. “Não fui escolhido pela cor da minha pele, por ser negro. Mas acho importante a mudança da ideia de que o patrono seria aquele senhor branco com uma certa idade”, disse. Destacou a importância da leitura e da educação na vida dos jovens, na formação de leitores e o papel que pretende desempenhar como patrono, enquanto “autor negro que irá representar uma parcela da população negra e da diversidade que não tem seus representantes na Feira do Livro”.

O autor estreou na literatura com o romance O beijo na parede (Sulina, 2013). Vencedor do Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores, o livro entrou para o Plano Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação, com mais de 60 mil exemplares distribuídos para as escolas públicas, para alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental e ensino médio. Seu segundo romance, Estela sem Deus (Zouk) foi publicado em 2018. A obra mais recente, O Avesso da Pele (2020), lançada em agosto pela Companhia das Letras, coincidiu com a onda de protestos que varreu os Estados Unidos após a execução de George Floyd pela polícia de Minnesota: o personagem principal do livro é um jovem negro brutalmente assassinado por policiais.

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