MOVIMENTO

Filme ‘O Território’ conquista o prêmio Emmy 2024

Documentário brasileiro protagonizado por indígenas mostra contexto de violência e expropriação de terras na Amazônia brasileira
Por Gilson Camargo / Publicado em 8 de janeiro de 2024
Fime O Território conquista três prêmios Emmy

Foto: Ivaneide Bandeira/ Divulgação

Manifestação em Porto Velho, onde jovem indígena foi assassinado em 2022 por posseiros

Foto: Ivaneide Bandeira/ Divulgação

O documentário longa-metragem brasileiro O Território, de Alex Pritz, que mostra o contexto de conflitos pela terra e denuncia assassinatos de indígenas na Amazônia brasileira conquistou o Prêmio Emmy 2024  na categoria Mérito Excepcional em Documentário.

A cerimônia de premiação do Emmy, que deveria ter ocorrido em setembro do ano passado Los Angeles, Estados Unidos, foi adiada para os dias 6 e 7 de janeiro deste ano devido à greve dos atores e roteiristas.

Fime O Território conquista três prêmios Emmy

Foto: Txai Suruí/ Divulgação

Filme brasileiro sobre o cerco de invasores contra os indígenas Uru-Eu-Wau-Wau já conquistou diversos prêmios internacionais, como os festivais de Sundance e Haia, na Holanda, e o CPH DOX, na Dinamarca – foto

Foto: Txai Suruí/ Divulgação

Produção de 2022 da National Geographic, o filme foi criado em parceria com a comunidade Uru-eu-wau-wau, que vive em Rondônia e protagoniza cenas reais de conflito com colonos que estão ocupando as terras indígenas na região.

Lideranças que participam da produção participaram da cerimônia de premiação, como Ivaneide Bandeira, Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau e Gabriel Uchida. “Na hora que anunciaram que a gente ganhou, meu coração explodiu. Esse filme representa muito para os povos indígenas, para a nossa luta por território”, afirmou Ivaneide.

Filha de seringueiros, Ivaneide é uma das protagonistas do documentário que mostra os dois lados dos conflitos ao expor cenas reais da disputa por terras entre colonos e indígenas.

“Atualmente a invasão das TIs tem gerado impactos, inclusive com assassinatos de indígenas de diferentes etnias. A etnia Guajajara, por exemplo, teve dois de seus integrantes mortos na madrugada de sábado, dia 3 de setembro. Entre 2006 e 2022, já foram 26 assassinados na TI Arariboia, no Maranhão. No outro dia, 4 de setembro, Gustavo Silva da Conceição, Pataxó de apenas 14 anos de idade, foi assassinado durante um violento ataque contra uma retomada da TI Comexatibá, no extremo sul da Bahia”, relata a jornalista Silvia Marcuzzo em texto sobre o lançamento do filme em 2022.

Desde o seu lançamento no ano passado, o documentário que levou três anos e meio para ser concluído já conquistou dois prêmios no Festival Sundance e foi premiado ainda no Festival de Haia, na Holanda, e no CPH DOX, em Copenhague, na Dinamarca.

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